Bom, já bem diz o panfleto, né? Ou, pelo menos, é o que nós queremos que seja verdade. Infelizmente, nessa terra de ninguém em que se transformou Salvador, essa realidade ainda é um pouco distante. Parece piada que uma praça pública, recém construída, seja coberta de tapume no mês de dezembro para a construção de um camarote para o carnaval que acontece em fevereiro. Cadê o banco? E a barraquinha de coco? E a quadra poliesportiva? E o local de lazer das pessoas? Foi embora, junto com o respeito à população da cidade.
No lugar, interesses privados, milhões envolvidos e um anúncio: OBRAS CAMAROTE SALVADOR. E pensar que a Praça dos Indignados – sim, como prefiro continuar chamando-a – era ocupada por cidadãos responsáveis que apenas lutam pelo direito da população a usar integralmente, durante todo o ano, os seus espaços de lazer.
Aí um grupo – Sim, caríssimos, um grupo! Movimentos não têm um único líder, têm envolvidos – decide fazer uma manifestação pacífica e artística para protestar contra o desmando que assola a cidade. Música e arte na praça que deveria estar sendo usada pelo povo. De repente, na véspera do movimento, uma das envolvidas no projeto recebe uma intimação judicial por conta de uma medida liminar concedida por um juíza que proibia a realização da manifestação.